A importância da gestão e conservação de florestas refletida em nosso crescimento

Começamos 2020 com as energias renovadas pelos resultados e conquistas que o último ano nos trouxe.

Diante de um momento crítico no cenário ambiental mundial, marcado por desastres, aumento do desmatamento e ações que comprometem o futuro da saúde, segurança alimentar e crescimento econômico da humanidade, vimos uma mobilização inédita de pessoas, especialmente dos mais jovens, e empresas que, diante desse cenário, se dedicam a mudar seus hábitos e investir em alternativas a fim de reduzir o impacto de suas ações na natureza.

Essa movimentação, além de necessária, é urgente. Especialistas alertam e as estatísticas deixam claro que estamos correndo contra o tempo no combate da recente nomeada “emergência climática”.

Como a Biofílica contribui para reverter esse cenário?

A resposta para o problema é também o que nos move há 11 anos: conservar florestas. Por meio das atividades de nossos projetos REDD+1, o desmatamento das áreas onde atuamos foi reduzido em 75% nos últimos quatro anos (2015 a 2018), indo no sentido contrário da taxa de desmatamento na Amazônia, que cresceu 7% nesse mesmo período. No total, são 1,2 milhões de hectares conservados, que abrigam 340 espécies de flora, 1.200 espécies de animais e onde vivem cerca de 1.500 pessoas que são impactadas pelos projetos.

Ao passo que as regulamentações de mercados de carbono estão em pleno desenvolvimento, a procura voluntária de empresas dos mais diversos segmentos por essas soluções é cada vez maior, o que nos fez aumentar nossas receitas em 169% com relação a 2018 enquanto o volume entregue foi 20% maior frente ao ano anterior, o que evidencia a valorização e maiores preços para os créditos de carbono florestais.

O último ano foi também de reconhecimento. A Biofílica validou e verificou pelos padrões VCS e CCBS o Projeto REDD+ Jari Pará, a maior área privada do mundo sob-gestão para geração de créditos de carbono – aproximadamente 700 mil hectares – levando ao mercado uma oferta de cerca de 1 milhão de toneladas de créditos. Além disso, fomos pela terceira vez vencedores do prêmio de melhor desenvolvedora de projetos florestais pela Environmental Finance, principal veículo de comunicação sobre mercados de ativos ambientais em todo o mundo.

 

 

 

O comportamento brasileiro diante do problema

Em paralelo, a legislação ambiental brasileira, que é referência entre os países comprometidos a combater as mudanças climáticas, avançou na implementação de normas e diretrizes, garantindo maior segurança jurídica ao proprietário rural que quer regularizar o seu imóvel. Entre as novidades estão a regulamentação das Cotas de Reserva Ambiental (CRA), novos prazos para inscrição no CAR2 e adesão ao PRA3 e a publicação do acórdão que validou a constitucionalidade do Novo Código Florestal4. Entendemos que ainda há muito a progredir, mas as novas definições são de extrema importância para proteger o meio ambiente ao mesmo tempo que beneficia o produtor rural. Desde sua publicação em 2012, acompanhamos o aumento gradual no interesse do setor rural na implementação do Código Florestal. Esse ano, o progresso foi notório: nosso banco de ofertas cresceu em 800 mil hectares, totalizando 4.7 milhões de hectares cadastrados, e elevamos nossas vendas em 56% em comparação a 2018.

 

O que mais podemos fazer?

Sem dúvidas, 2019 foi um ano em que crescemos. Mas, constatar que nosso crescimento é fruto da conscientização e do interesse cada vez maior em conservar florestas, nosso maior propósito, é o mais gratificante.

Nossos planos para 2020, ano em que se inicia o Acordo de Paris, já estão a todo vapor. Expandimos nossa equipe, estamos trabalhando para estender parcerias locais, desenvolver novos projetos REDD+ na Amazônia e Projetos de Compensação de Reserva Legal em diversos Biomas do país para atender a crescente demanda.

Quer saber o que a sua empresa pode fazer para neutralizar emissões de carbono ou regularizar sua propriedade? Entre em contato.

 

 

 

 

 

 

Rios aéreos: a importância da Amazônia para distribuição de chuvas

A umidade produzida na Amazônia é fundamental para a distribuição das chuvas nas regiões sul e sudeste do Brasil. Os chamados ‘Rios Voadores’, são oriundos de áreas tropicais do Oceano Atlântico e alimentados pela umidade que se evapora da Floresta  Amazônica, sendo posteriormente e distribuídos para outras as regiões da América do Sul.

O desmatamento pode interferir diretamente neste processo, uma vez que a alteração no regime de chuvas nos últimos anos, já vem sendo, em parte, atribuída ao desmatamento na Amazônia. Quanto menos árvores em pé, menor é a troca de umidade. Uma árvore com uma copa de 20 metros de diâmetro, por exemplo, transpira em média 1.000 litros por dia.

Segundo especialistas, alteração do regime de chuvas devido ao crescimento do desmatamento e da degradação florestal na Amazônia contribui para causar o aumento de eventos extremos em áreas vulneráveis como São Paulo ou Rio de Janeiro, podendo causar desastres naturais no futuro, como deslizamentos de terra e inundações em áreas urbanas e rurais.

Você pode ajudar a conservar a Amazônia neutralizando as emissões de CO2 da sua empresa com nossos projetos REDD+. Entre em contato com nosso time e saiba mais.

Fonte: https://bbc.in/2NAEz93

 

Programa REDD+ Vale do Jari abrange a área da RENCA e gera recursos por meio da conservação da floresta em pé.

 

A Ambipar Environment, em parceria com o Grupo Jari, desenvolve dois projetos de carbono florestais nas áreas do grupo localizadas nos municípios de Laranjal do Jari, Vitória do Jari e Almerim, na divisa do estado do Pará com o Amapá. Enquanto o Projeto REDD+ Jari Pará, com área de 916 mil hectares, encontra-se na fase inicial de desenvolvimento, o Projeto REDD+ Jari Amapá, com área de 220 mil hectares, já verificou três safras (2011, 2012 e 2013) de créditos certificados pelo Verified Carbon Standard (VCS) e validados pelo Climate, Community and Biodiversity Standard (CCBS). O Projeto REDD+ Jari Amapá evita o desmatamento de mais de 11 mil hectares de floresta que seriam convertidos ao longo de 30 anos, e assim evita emissões na grandeza de 3,45 milhões tCO2e a atmosfera.

As vendas dos créditos de carbono florestais do Projeto REDD+ Jari Amapá tem sua remuneração revertida na promoção de agricultura familiar sustentável para 50 famílias de 8 comunidades da região do projeto. Desde o início do projeto áreas de pastagem e culturas agrícolas improdutivas deram lugar a Sistemas Agroflorestais mais eficientes e áreas de regeneração florestal, a partir do fornecimento de suporte técnico, elaboração de Planos de Uso das áreas, e acesso a insumos e equipamentos aos agricultores da região. Além disso, parte da receita dos créditos de carbono é investida em pesquisas científicas em biodiversidade: a área abriga pelo menos 2.800 espécies de flora e aproximadamente 2.000 espécies de fauna, sendo 150 destas ameaçadas de extinção. Este fato confere o nível ouro em biodiversidade do Climate, Community and Biodiversity Standard (CCBS) ao projeto.

Neste contexto, os dois Projetos REDD+ Jari fazem sobreposição com a Reserva Nacional do Cobre e seus Associados (RENCA). Esta área, com cerca de 4,6 milhões de hectares, teve recente notoriedade internacional devido ao temporário decreto emitido pelo presidente da república determinando a extinção da reserva mineral estatal com o objetivo de regularizar a exploração mineral na área por empresas do setor privado. Após discussões entre diferentes agentes da sociedade, o governo brasileiro decidiu revogar o decreto de extinção da RENCA.  Este acontecimento expos a notável riqueza de recursos naturais da área e fez surgir discussões sobre a sua exploração e seus prováveis impactos irreversíveis à biodiversidade local.

As iniciativas de REDD+ nesta região fazem contraponto a atividades de grande impacto ambiental, como a mineração, a partir da promoção da conservação florestal, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e promovendo o desenvolvimento socioeconômico local sustentável, os quais valorizam a “floresta em pé” por meio do pagamento por serviços ambientais gerados pela redução do desmatamento e a degradação florestal.